Os dois primeiros dias de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão já serviram para dar uma prévia do que aguarda o eleitor até o encontro com as urnas em 15 de novembro (data do 1º turno) e, depois, ao que tudo indica, no dia 29 do mesmo mês (2º turno).
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Os eleitores com os ouvidos mais atentos, e criteriosos, já devem ter percebido que há alguns prefeituráveis que estão trazendo, no repertório, falas vazias e, não raro, discursos de que tudo pode e irá voltar à normalidade já a partir do próximo ano. Ou, esses candidatos estão sendo orientados de forma equivocada por assessores e marqueteiros ou, na pior das hipóteses, estão agindo de má-fé.
Obviamente que são, até aqui, apenas dois programas que foram veiculados - na sexta-feira (dia da estreia) e no sábado -, mas, se alguns permanecerem nesta abordagem de discursos reducionistas e simplistas, o eleitor não deve ter tantas dificuldades em descartar os incautos daqueles candidatos, que têm e apostam em uma fala razoável e coerente. Até porque o presente está alicerçado em um cenário extremamente delicado.
O futuro será, sem exagero algum, um presente ligeiramente melhorado. Até porque se anuncia a possibilidade de uma vacina contra o coronavírus. Mas o mais importante, neste momento, é o eleitor se cercar de um entendimento muito claro: o comando do município exigirá, desde agora, capacidade dos prefeituráveis sinalizarem com renúncias e com um realismo pragmático. Ou seja, desconfie de quem se mostra ser o detentor de alguma vara de condão.